ESCOLA DE FORMAÇÃO POLÍTICA DA CLASSE TRABALHADORA - VÂNIA BAMBIRRA
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Circulação da Balbúrdia - Isabela Ramos Ribeiro
BURGUESIA DEPENDENTE, BLOCO NO PODER E A CONFORMAÇÃO DA HEGEMONIA NO BRASIL ENTRE 2003 E 2018
Horário e local
30 de jul. de 2020, 19:00
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Sobre o evento
Circulação da Balbúrdia - Isabela Ramos Ribeiro
BURGUESIA DEPENDENTE, BLOCO NO PODER E A CONFORMAÇÃO DA HEGEMONIA NO BRASIL ENTRE 2003 E 2018
Universidade de Brasília (UnB)
A tese está disponível na Biblioteca da EFoP.
Isabela Ramos Ribeiro é doutora em Política Social pela UnB (2020) e professora do curso de Serviço Social na UnB, mestre em serviço social pela UFSC e graduada em Serviço Social na UFSC.
Çírculação da Balbúrdia
A “Balbúrdia” se tornou um símbolo involuntário das universidades públicas. O estandarte de ouro do ex-Ministro Weintraub para justificar o corte do orçamento dessas instituições, bem como de suas autonomias constitucionais. A propaganda vigorosa de difamação das universidades repercutiu em diversos dos aparelhos de propaganda do Estado, entre os quais os grandes jornais. Logo diversos editoriais clamaram pelo “fim da Balbúrdia”. Imagens das paredes de centros acadêmicos e edifícios abandonados foram banalizadas, notícias falsas e delirantes se proliferaram. O alinhamento é evidente: era preciso desmantelar o prestígio que essas instituições ainda detém diante da sociedade para extinguí-las. Mas que conhecimento é esse que se produz nas universidades e que é capaz de tirar o sono dos heróis da ordem e do progresso nacional? Deveríamos nós nos afastarmos de quaisquer depravações à intelecção da ordem? Deveríamos nos tornar cientistas brancos, de jalecos brancos, diante de quadros brancos? Muitos, dentre os quais entre nós, se agarram a essa imagem maculada da universidade como um espaço límpido de progresso e desenvolvimento. Nós, por outro lado, abraçamos a Balbúrdia.
A EFOP propõe um novo espaço de formação acadêmica e política para disputar a a universidade: a Circulação da Balbúrdia. Um espaço de debate sobre a produção acadêmica de esquerda das universidades públicas brasileiras. É um espaço para os pesquisadores apresentarem e discutirem suas teses e dissertações e colocá-las em circulação.
Resumo da Tese
Este trabalho tem como tema geral a constituição da hegemonia no capitalismo dependente brasileiro. Com o intuito de manter-se como classe dominante, a burguesia deve ter capacidade de aglutinar e conduzir grupos sociais em torno de um projeto que abarque as dimensões política, econômica, social e cultural. Para tal, se utiliza de inúmeros mecanismos a partir de sua organização no âmbito da sociedade civil, expressando-se na composição do bloco no poder e na conformação da hegemonia. Isso quer dizer que a posição de determinadas frações no bloco no poder delineia como irão apropriar-se de parcelas do fundo público por meio das políticas econômicas e sociais. No capitalismo dependente, esse processo é determinado pela subordinação da classe burguesa local ao imperialismo, o que traz consequências para o próprio desenvolvimento capitalista e reduz o volume de recursos do fundo público disponível para a reprodução da classe trabalhadora. Nesse escopo, a presente tese de doutoramento tem por objetivo identificar as recomposições no bloco no poder entre 2003 e 2018 no Brasil, e como tais ajustes intraburgueses se expressam em alterações nas políticas econômicas e sociais, a partir da apropriação do fundo público pelas distintas frações da burguesia. Para a efetivação desta tarefa, foi realizada pesquisa bibliográfica e documental, com análise dos documentos das entidades da classe burguesa que representam suas frações industrial (CNI), agrária (CNA), comercial (CNC) e bancário-financeira (Febraban), explicitando a absorção de suas demandas por parte do Estado. A pesquisa permitiu visualizar as condições para o ascenso do Partido dos Trabalhadores (PT) ao governo federal, as mudanças no interior do bloco no poder a partir do projeto de conciliação de classes e da conjuntura econômica internacional e, por fim, a crise de hegemonia que se desenhou a partir de 2013 e cuja tentativa de resolução por parte das distintas frações burguesas se deu com o golpe sobre o governo, com a perpetuação da dependência e fortes efeitos sobre o fundo público e as políticas econômicas e sociais.
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