Grupo de Estudos iniciado em 15 de maio de 2018
O grupo de estudos Teoria Marxista da Dependência foi uma atividade da Escola de Formação Política da Classe Trabalhadora - Vânia Bambirra que ocorreu durante o primeiro e segundo semestre de 2018, tendo iniciado no dia 15 de maio. Os encontros ocorreram quinzenalmente e as obras escolhidas para serem discutidas foram: o texto “A dialética da dependência”, de Ruy Mauro Marini; “Sociedade de Classes e Subdesenvolvimento” de Florestan Fernandes; e, por fim, o livro “Subdesenvolvimento e Revolução” também de Ruy Mauro Marini.
Os textos foram pensados com base na premissa de que o grupo de estudos, tendo caráter permanente, teria de se aprofundar no estudo das categorias apresentadas por Ruy Mauro Marini para explicar o papel dos países dependentes na dinâmica do capitalismo mundial, ou seja, na divisão internacional do trabalho; e quais as diferenças da teoria marxista da dependência para outras teorias sobre o subdesenvolvimento, daí o texto de Florestan Fernandes.
Durante o grupo, pudemos discutir como o subdesenvolvimento dos países latino americanos não é um entrave para esses países, como se fossem atrasados, mas a possibilidade que esses países tiveram de se desenvolver da melhor forma para se inserirem na dinâmica do capitalismo mundial.
Esse pensamento está desenvolvido em sua forma mais lúcida no texto de Marini intitulado “A dialética da dependência”, em que o autor desenvolve que: “chamada para contribuir com a acumulação de capital com base na capacidade produtiva do trabalho, a América Latina teve de fazê-lo mediante uma acumulação baseada na superexploração do trabalhador”, e é esse o mecanismo principal para explicar a dependência. Isso porque, mediante as constantes transferências de valor aos países centrais (como forma de incrementar o lucro obtido nos países de capitalismo central por meio de remessas de lucro e dividendos, juros, mecanismos de formação de preços do mercado mundial, entre outros), o recurso à superexploração da força de trabalho explica porque as economias dependentes não entram em recessão e colapso.
Portanto, Marini, ao contrário de outros autores da época, apresentava em sua teoria a impossibilidade de ruptura da dependência a não ser pelo triunfo de uma revolução socialista, porque a condição de dependência era justamente a única possível para os países subdesenvolvidos.
Como última leitura, o grupo, então, na discussão do livro “Subdesenvolvimento e Revolução”, de Marini, encontrou na categoria de subimperialismo uma das novidades apresentadas pelo autor em relação ao outro texto discutido; sendo o desdobramento do imperialismo dos países do centro para alguns países subdesenvolvidos, como o Brasil, dando a falsa impressão de “desenvolvimento do subdesenvolvimento”, que nada mais é do que o aprofundamento da dependência. O grupo encerrou os seus encontros regulares no segundo semestre de 2018, mas tem agora como continuidade a atividade “Grupo de Leitura - O capitalismo dependente latino americano”, que conta com discussões do livro de Vânia Bambirra.
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